ONG vê bloqueio humanitário de Israel a Gaza como "instrumento de extermínio"

A organização Human Rights Watch (HRW) acusou hoje Israel de transformar o bloqueio a Gaza num "instrumento de extermínio", ao referir-se à medida israelita de impedir a entrada de qualquer ajuda humanitária no enclave palestiniano desde 02 de março.

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© Ramez Habboub/Anadolu via Getty Image

Lusa
15/05/2025 14:47 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O bloqueio imposto por Israel ultrapassou as táticas militares para se tornar um instrumento de extermínio", afirmou Federico Borello, diretor executivo interino da organização não-governamental (ONG) de defesa e promoção dos direitos humanos, com sede em Nova Iorque, num comunicado hoje divulgado.

 

Borello também criticou "os planos para espremer os dois milhões de habitantes de Gaza numa área ainda mais pequena", o que, sustentou, "tornará o resto do território inabitável".

"O plano do Governo israelita para demolir o que resta da infraestrutura civil de Gaza e concentrar a população palestiniana numa área minúscula equivale a uma escalada abominável dos seus crimes contra a humanidade, limpeza étnica e atos de genocídio", acrescentou a ONG.

Segundo a HRW, as autoridades israelitas, que bloqueiam a entrada de ajuda, alimentos, combustível e itens médicos em Gaza há já 75 dias, decidiram que obrigariam à deslocação de toda a população do enclave para uma única "área humanitária" se nenhum acordo fosse alcançado até meados deste mês.

"A terrível situação humanitária decorrente do bloqueio ilegal e os planos para escalar o deslocamento forçado e a destruição generalizada exigem uma resposta mais robusta de outros governos e instituições, especialmente os Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e União Europeia (UE)", defendeu a organização.

 Nesse sentido, a Human Rights Watch apelou a todas as partes da Convenção do Genocídio para fazerem tudo o que está ao alcance para "evitar mais atrocidades", bem como o fim das vendas de armas, assistência militar e apoio diplomático a Israel, impondo sanções específicas a autoridades israelitas e revendo e considerando a suspensão de acordos bilaterais.

"Ouvir autoridades israelitas alardeando planos para espremer os dois milhões de habitantes de Gaza em uma área ainda menor, enquanto tornam o restante do território inabitável, deveria ser tratado como um alarme de incêndio em Londres, Bruxelas, Paris e Washington", insistiu Borello.

A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 52 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Após uma trégua de dois meses, o exército israelita retomou a ofensiva militar na Faixa de Gaza em 18 de março com o objetivo declarado de forçar o Hamas a libertar todos os reféns ainda mantidos no enclave.

Desde 02 de março, Israel também bloqueou a entrada de toda a ajuda humanitária em Gaza, vital para os cerca de 2,4 milhões de habitantes do enclave.

Leia Também: Hamas acusa Israel de agravar ofensiva apesar de esforços negociais

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