De acordo com um relatório da ONG, citado pela agência de notícias EFE, entre o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e 15 de março de 2025, foram registados 31 ataques russos a 25 hotéis, a maioria dos quais em zonas próximas da linha da frente.
Um total de 25 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social estiveram presentes nestes ataques, dos quais resultaram uma morte e sete feridos.
"Os ataques a hotéis que albergam jornalistas na Ucrânia não são acidentais nem aleatórios", afirma a responsável dos RSF na Ucrânia, Pauline Maufrais.
Os dados referidos no relatório mostram que 27 dos 31 ataques a hotéis ocorreram em zonas próximas da linha da frente, e 23 à noite, quando os estabelecimentos são mais frequentados.
A organização recorda que os correspondentes de guerra utilizam os hotéis não só como local de repouso, mas também como local de trabalho e de transmissão do seu material, bem como de comunicação com as suas redações sobretudo à noite, depois de terem passado o dia em trabalho no terreno.
O relatório acrescenta que pelo menos 15 dos ataques a hotéis foram efetuados com mísseis Iskander 9K720, que podem ter uma margem de erro de 20 metros.
Neste sentido, a ONG apela à Procuradoria do Tribunal Penal Internacional de França, onde tem a sua sede, para que abra um inquérito contra os responsáveis por estes ataques, que define como crimes de guerra.
"Ao atacarem infraestruturas civis, violam o direito humanitário e constituem crimes de guerra. Os responsáveis devem ser levados à justiça", sublinhou Pauline Maufrais.
A RSF apela igualmente às autoridades ucranianas para que reforcem a cooperação com os meios de comunicação social, a fim de melhorar a sua segurança, e para que confiram a máxima prioridade à investigação e ao julgamento destes ataques.
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