Provedor timorense pede que denunciem restrições à liberdade de imprensa

O provedor dos Direitos Humanos e Justiça timorense, Virgílio Guterres, disse que acompanha com "preocupação" a descida de Timor-Leste no ranking de liberdade de imprensa da Repórteres Sem Fronteiras e pede aos jornalistas para denunciarem restrições.

Notícia

© Lusa

Lusa
18/05/2025 08:11 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Timor-Leste

uma situação preocupante quando analisamos as referências da Repórteres Sem Fronteiras", afirmou Virgílio Guterres, em declarações à Lusa.

 

Segundo o último relatório do ranking mundial da liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras, em 2025 Timor-Leste ocupou a 39.ª posição entre 180 países, caindo 19 posições em relação a 2024, quando se encontrava no 20.º lugar.

Em 2023, Timor-Leste ocupava o 10.º lugar.

Virgílio Guterres apontou o quadro legal, a intervenção política nos órgãos de comunicação social e razões económicas para a queda de Timor-Leste no ranking.

A lei da comunicação social timorense tem um artigo que responsabiliza criminalmente os jornalistas por "atos lesivos de interesses e valores protegidos por lei".

"Em 2014, a Repórter Sem Fronteiras apresentou uma crítica à lei da comunicação social, que, segundo eles, ainda ameaça a liberdade de imprensa ao impor a responsabilidade criminal aos jornalistas", recordou Virgílio Guterres.

Mas, continuou, nos últimos dois anos, a "independência editorial dos órgãos de comunicação social está cada vez mais censurada, porque há intervenção política, dos políticos", lembrando o caso da RDTL, denunciado no relatório de avaliação do Conselho de Imprensa.

"Depois, economicamente, muitos dos meios de comunicação social recebem subvenções do Governo. Abertamente, o Governo diz que aquelas subvenções não comprometem a liberdade editorial, mas os donos das empresas têm esse sentimento de reduzir a crítica ao Governo", afirmou o provedor.

"A opção é ser crítico ou perder o subsídio. Isso contribui também para esta queda de Timor-Leste. É uma situação preocupante", lamentou Virgílio Guterres.

O provedor dos Direitos Humanos timorenses considerou também que a descida ainda está na categoria satisfatória, mas se continuarem aquele tipo de atitudes políticas, Timor-Leste pode regressar a uma posição bem mais baixa.

"Acompanho com preocupação, mas continuo a encorajar os jornalistas para continuarem os seus esforços", disse.

Virgílio Guterres afirmou que tem falado com jornalistas e pedido para denunciarem publicamente aquelas situações para haver um debate público.

"O problema é que quando isso acontece não se faz notícia, editoriais, sobre isso. Faz-se apenas fofoca e conversa de café. É melhor fazer notícia", lamentou.

Questionado sobre que recomendações faz ao Governo timorense, o provedor pediu para se "parar já com intervenções ou aproximações que tentem persuadir os jornalistas a reduzir a sua capacidade crítica e se continuar a apoiar os media.

Virgílio Guterres pediu também ao secretário de Estado da Comunicação Social, Expedito Ximenes, para não limitar espaços para os jornalistas, mas garantir acesso e encorajar os membros do Governo a falarem com a imprensa.

Leia Também: ONG exige a Macau que deixe jornalistas trabalhar "sem receio de represálias"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas