"Todas as empresas cujos navios estão presentes ou se dirigem para este porto são informadas de que, a partir deste anúncio, o porto (...) foi incluído na nossa lista de alvos", sublinhou o porta-voz dos Huthis, Yehya Saree.
Esta decisão "é uma resposta à escalada da brutal agressão israelita contra o nosso povo e em Gaza", frisou, acrescentando que os seus ataques contra Israel "cessarão quando a agressão contra Gaza terminar e o bloqueio [do enclave] for levantado".
Antes, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha anunciado hoje a sua intenção de "assumir o controlo" de toda a Faixa de Gaza, onde a Defesa Civil reportou 91 vítimas dos ataques israelitas durante o dia.
Nas últimas duas semanas, os Huthis reivindicaram a responsabilidade por vários ataques ao Aeroporto Internacional de Telavive, em Israel, e numa ocasião conseguiram chegar à instalação, a primeira vez que um ataque deste tipo aconteceu desde o início da ofensiva israelita em Gaza, em outubro de 2023.
Os Huthis integram o chamado "eixo de resistência" liderado pelo Irão contra Israel, de que fazem parte outros grupos radicais da região, como o Hezbollah libanês e os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica.
Os Huthis iniciaram ataques contra a navegação comercial na região do Mar Vermelho, em novembro de 2023, para prejudicar economicamente Israel, em alegada solidariedade com o grupo islamita palestiniano Hamas na guerra na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que lançou dezenas de ataques diretos contra território israelita.
As ações dos Huthis no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma região vital para o comércio global, levaram ao início de campanhas de bombardeamento no Iémen por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Em 06 de maio, Omã anunciou que os Huthis e os Estados Unidos concordaram com um cessar-fogo, pouco depois de o Presidente norte-americano declarar o fim dos ataques no Iémen, apesar de persistirem as hostilidades entre o grupo rebelde e Israel.
Israel retomou as operações militares na Faixa de Gaza em 18 de março, quebrando uma trégua de dois meses, e anunciou um plano, no início de maio, para conquistar o território e deslocar 2,4 milhões de residentes para o extremo sul do enclave.
No fim de semana, iniciou uma nova operação terrestre e aérea no território, após vários dias consecutivos de bombardeamentos que provocaram centenas de mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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