Hamas acusa Netanyahu de "destruir perspetiva de libertação de reféns"

O movimento palestiniano Hamas, baseado na Faixa de Gaza, acusou hoje o primeiro-ministro israelita de "frustrar o processo de negociação e destruir qualquer perspetiva de libertação de reféns", após Benjamin Netanyahu anunciar a deslocação dos habitantes do enclave.

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© REUTERS/Hatem Khaled

Lusa
21/05/2025 23:51 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"A afirmação de Netanyahu de que qualquer acordo temporário de cessar-fogo seria seguido por um recomeço da guerra, levando à implementação do que ele chamou de plano [Donald] Trump de deslocação [dos habitantes de Gaza], é uma tentativa de frustrar o processo de negociação e destruir qualquer perspetiva de libertação de prisioneiros", disse o Hamas em comunicado.

 

O grupo armado islamita também denunciou as declarações de Netanyahu como "confirmando mais uma vez ao mundo inteiro" que o líder israelita é "um criminoso obcecado com o assassinato e o genocídio, que empurra toda a região para o abismo para servir os seus interesses políticos".

Netanyahu anunciou um plano para deslocar a população de Gaza, de cerca de 2,1 milhões de pessoas, para uma zona no sul da Faixa de Gaza, à medida que assume o controlo do enclave.

O primeiro-ministro israelita garantiu que será nesta zona, "limpa do Hamas", que os habitantes de Gaza receberão a ajuda humanitária, cujo acesso à Faixa de Gaza está bloqueado por Israel desde 02 de março e que começou a chegar aos pontos de distribuição esta noite, após dias de incerteza.

Netanyahu insistiu que Israel vai implementar o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para a Faixa de Gaza quando a guerra terminar, o que condicionou à expulsão do movimento islamita palestininao Hamas do enclave e se houver "condições claras que garantam a segurança de Israel", além da libertação dos reféns detidos no enclave desde outubro de 2023.

Washington, afirmou o grupo islamita, tem a responsabilidade de clarificar a sua posição sobre o "crime de deslocação forçada sob ameaça de genocídio, numa altura em que desempenha um papel de mediador para pôr fim à guerra".

Para o Hamas, a comunidade internacional deve "tomar medidas" para garantir "o fim dos massacres brutais de pessoas inocentes na Faixa de Gaza".

O primeiro-ministro israelita disse hoje estar pronto para aceitar um "cessar-fogo temporário" na Faixa de Gaza que permita a libertação dos últimos 20 reféns, e posteriormente pretende assumir o controlo de todo o enclave palestiniano.

"Se houver uma opção para um cessar-fogo temporário para libertar reféns, estaremos prontos", disse Benjamin Netanyahu, em conferência de imprensa em Jerusalém, na qual atualizou em 20 o número de reféns vivos, de um total de 58, ainda em cativeiro do grupo islamita palestiniano Hamas.

Ao mesmo tempo, o chefe do Governo insistiu que, após a nova grande ofensiva militar lançada no passado fim de semana, "toda a Faixa de Gaza estará sob o controlo do Exército israelita".

Netanyahu advertiu, entretanto, ser preciso "evitar uma crise humanitária" para manter "a liberdade operacional de ação" dos militares israelitas, alegando que a intensificação dos ataques e as restrições à entrada de ajuda aos habitantes do território provocaram uma vaga de condenação internacional.

Na conferência de imprensa, a primeira em cinco meses, o líder israelita reiterou igualmente que a população da Faixa de Gaza está a ser transferida para sul, à medida que os militares vão assumindo o controlo do território.

Esta semana os primeiros camiões de transporte foram sido autorizados a entrar no enclave, ao fim de mais de dois meses de bloqueio, mas que a ONU considerou "uma gota no oceano" face às enormes necessidades.

Alcançados os objetivos israelitas na Faixa de Gaza, incluindo a "completa desmilitarização" do enclave, o chefe do Governo disse que vai implementar o "plano Trump", um "plano tão correto, tão revolucionário, que diz algo simples: os residentes de Gaza que quiserem sair poderão sair".

No fim de semana, Israel iniciou uma nova operação terrestre e aérea no território, após vários dias consecutivos de bombardeamentos que provocaram centenas de mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.

O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Leia Também: Netanyahu insiste que só termina ofensiva em Gaza com saída do Hamas

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