"Um partido que veio pregar a moral e tem todos os dias um caso, ou é alguém que rouba malas, ou um tipo bêbado, é um desastre completo. Portanto, ele [André Ventura, líder do Chega] inventa sempre uma cortina de fumo", afirmou.
Miguel Albuquerque falava à margem da sessão de encerramento da 'Funchal Climate Week', uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal do Funchal, na qual foram debatidas questões relacionadas com as alterações climáticas e a degradação ambiental no planeta.
"É mais uma cortina de fumo para tentar camuflar as dificuldades e o descrédito total do Chega", declarou Miguel Albuquerque, considerando que esse foi também o objetivo da moção de censura que o partido apresentou ao Governo Regional minoritário do PSD, que foi aprovada por maioria no parlamento madeirense em 17 de dezembro, motivando a queda do executivo e a marcação de eleições antecipadas para 23 de março.
Miguel Albuquerque disse que, no caso da Madeira, a moção do Chega foi usada para "disfarçar o desastre" de André Ventura no processo do Orçamento do Estado para 2025.
"É evidente que isto tem levado ao descrédito do Chega a nível nacional e também aqui na Madeira", reforçou.
O chefe do executivo madeirense reagiu também às declarações de André Ventura durante o debate da moção de censura, ao dizer que o Chega já não tem nas suas fileiras Miguel Arruda, deputado acusado de furto de malas no aeroporto de Lisboa, enquanto o PSD continua a ter Miguel Albuquerque, que é arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção na região autónoma.
"Acho que o Ventura vai ser limpo primeiro do que eu", disse Miguel Albuquerque, para logo acrescentar que o líder do Chega é "demagogo" e "populista".
"Ele prega moral, mas toda a gente sabe que o Chega, neste momento, está repleto de escândalos e de casos muito mais graves do que aqueles que ele aponta aos outros", reforçou.
A moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro, a primeira que o executivo enfrentou, menos de 11 meses depois de tomar posse, foi hoje rejeitada na Assembleia da República, com votos contra do PSD, CDS-PP, PS, IL, BE, Livre e PAN, contando com os votos a favor do partido proponente e do deputado não inscrito Miguel Arruda (ex-Chega). O PCP absteve-se.
A moção, com o título "Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave", teve na origem a situação da empresa da qual Luís Montenegro foi sócio até junho de 2022 e que agora pertence à sua mulher e aos filhos de ambos.
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