O almirante Gouveia e Melo comentou, pela primeira vez, esta sexta-feira, a crise política que se instalou, nos últimos dias, em Portugal, depois de ter sido revelado que o Grupo Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros a uma empresa da mulher e filhos do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Numa declaração feita a partir da Alfândega do Porto, Gouveia e Melo, putativo candidato às eleições presidenciais de 2026, defendeu que "é importante encontrar uma solução urgente" para acabar com a crise.
Questionado sobre qual a melhor solução, Gouveia e Melo foi parco em palavras. "A solução é a que se tiver de encontrar", atirou, acrescentando apenas que "os portugueses desejam uma solução que dê estabilidade e credibilidade".
Já sobre a posição de Luís Marques Mendes, que pediu a Marcelo Rebelo de Sousa para falar com Montenegro e PS para evitar eleições, Gouveia e Melo disse apenas que não faz "comentário político", recusando comentar "o que o senhor Presidente da República faz ou não".
"Ele é o ator político eleito. Ele terá as suas razões e explicará isso depois aos seus eleitores", atirou.
Para Gouveia e Melo, neste momento, o que "é evidente é que precisamos reganhar estabilidade". "Não é bom termos instabilidade interna a somar a uma forte instabilidade externa, que põe não só o mundo em risco, como afeta Portugal", sublinhou.
Candidatura? "Há assuntos muito mais urgentes para discutir"
Já sobre o anúncio da sua candidatura, o ex-chefe do Estado Maior da Armada, salientou que "o tempo tem a sua própria natureza e julgo que os portugueses estão muito mais preocupados com outros assuntos neste momento, porque há assuntos a resolver muito mais importantes neste momento e quando há assuntos muito mais urgentes para discutir, nós não devemos estar a discutir outros cenários menos urgentes".
Leia Também: Belém? Vitorino "à beira da decisão" e Gouveia e Melo tem "muito tempo"