Mariana Vieira da Silva recorreu, às redes sociais, este domingo, para atirar uma 'farpa' à oposição face às críticas que têm surgido ao programa eleitoral do Partido Socialista (PS) às eleições legislativas.
"O mundo muda muito, mas há coisas que são como sempre: o Partido Socialista a apresentar os seus programas e os outros a comentá-los", escreveu a deputada e antiga ministra da Presidência, que encabeça a lista do PS por Lisboa, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Recorde-se que PS apresentou o seu programa eleitoral ontem, em Lisboa. Depois disso, o presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, comparou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, a José Sócrates e defendeu que "prometer tudo a toda a gente" é o "primeiro passo no caminho para o empobrecimento".
Já hoje, o PSD fez uma conferência de imprensa para reagir exclusivamente ao programa eleitoral 'Um novo impulso para Portugal', considerando que o mesmo é "insustentável", uma "receita para o desastre" com "fim das contas certas".
Ontem à noite, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, tinha atirado que "há 40 dias que o Partido Socialista tem um programa eleitoral, que é destratar e atacar Luís Montenegro" e alertou também, especificamente sobre as propostas apresentadas pelos socialistas, que é preciso analisá-las "com muito cuidado", uma vez que foram "apresentadas com a mesma ligeireza" com que "Pedro Nuno Santos, ministro, anunciava indemnizações de meio milhão de euros por WhatsApp ou anunciava dois aeroportos que depois acabaram em aeroporto nenhum".
Quem também se pronunciou foi a coordenadora do Bloco de Esquerda, que defendeu que as propostas que constam do programa eleitoral socialista não contribuem "para baixar o preço das casas" e que "a matriz de intervenção é a dos benefícios fiscais". Este domingo, Mariana Mortágua acusou o partido liderado por Pedro Nuno Santos de insistir "exatamente nas mesmas propostas que arrastam" a crise da habitação "até hoje".
Por sua vez, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, disse que um verdadeiro "pé-de-meia" para os jovens seria um apoio à nascença de 5.000 euros, acusando os socialistas de se apropriarem da ideia lançada pelo partido no ano passado.
"O PS vem propor um décimo e ainda por cima não tem a lisura de dizer que é uma ideia do Livre de que roubaram um décimo", salientou Rui Tavares, em Coimbra, este domingo. O deputado e dirigente partidário comentava assim a proposta do PS de atribuir a todas as crianças nascidas a partir do início deste ano 500 euros em certificados de aforro.
Note-se ainda que PS quer um aumento anual do salário mínimo nacional em pelo menos 60 euros por ano, para atingir os 1.110 euros em 2029, e reduzir, de forma faseada, a semana de trabalho para 37,5 horas.
Além de propor o IVA Zero permanente num cabaz de bens alimentares, tal como foi aplicado temporariamente pelo Governo de António Costa devido à inflação, quer reduzir esse imposto para 6% na eletricidade até 6,9 kVA.
O partido defende também que é preciso "reduzir os impostos com base numa política fiscal inteligente, seletiva, que promova uma distribuição mais equilibrada do rendimento e que estimule o investimento".
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