O político centrista falava aos jornalistas no Palácio da Justiça, em Porto, depois de ter entregado as listas da coligação AD às eleições legislativas antecipadas de maio, cujo prazo termina hoje.
Em resposta ao anúncio das propostas do PS para um futuro governo socialista, Nuno Melo começou por as interpretar com uma exceção no volume de críticas feitas nas últimas semanas ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.
"Ontem [domingo], vá lá, houve uma exceção neste tempo. Ao fim de 40 dias apresentaram algumas ideias supostamente para Portugal. Só que não são particularmente originais, pelo impacto nas contas públicas mostram aquilo que já aconteceu muitas vezes sempre pela mão do PS", disse.
E prosseguiu: "quando hoje, em campanha, se oferecem promessas de alvíssaras, no dia seguinte poderemos ter a certeza de dívidas".
Enfatizando o trabalho feito pela AD "para manter as contas públicas num estado que é elogiado no mundo inteiro", Nuno Melo destacou que "contas certas são a marca deste país sempre que essa aliança governou".
"Eu acho que não houve um momento na história da democracia portuguesa em que o PSD e o CDS tivessem estado no governo que não tivesse sido para resolver problemas legados por outros. E sempre legando para o futuro essas contas certas. Foi a marca também destes 11 meses, contas certas com a resolução dos problemas dos portugueses", acrescentou.
Questionado sobre a recusa do porta-voz do Livre, Rui Tavares, de debater consigo nos debates televisivos, Nuno Melo começou por responder que "há um ano o problema era que o CDS não tinha deputados" situação que hoje ultrapassada no hemiciclo.
"E se o problema é de escala, eu não tenho problema nenhum de a comparar com o Rui Tavares. Porque o CDS neste momento está em três governos: Açores, Madeira e no Governo da República Portuguesa. O CDS é a quarta força autárquica em Portugal. São mais de 1.700 autarcas. O CDS tem mais autarcas que o Livre, o Chega, o PAN e a Iniciativa Liberal, todos juntos. O CDS governa sozinho, seis autarquias, em listas próprias e está no Parlamento Europeu. Portanto, se a questão é de escala, compare a escala", elencou o presidente do CDS.
Assegurando que não lhe "caem os parentes no lama por debater com Rui Tavares", disse no entanto, perceber que o porta-voz do Livre o "receie" fazer.
"Não tenho problema nenhum. É um problema do Rui Tavares. Eu lá estarei no dia para debater com quem seja. E com todo gosto", concluiu.
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