Académicos apontam redes sociais como principal meio de desinformação

Professores e investigadores académicos na área da comunicação política e desinformação, ouvidos pela agência Lusa, consideram que as redes sociais são um dos principais motores de propagação de desinformação durante a atual campanha eleitoral.

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Lusa
13/05/2025 09:58 ‧ há 8 horas por Lusa

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Legislativas

O professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro João Pedro Batista destaca o papel das redes sociais "onde é mais fácil proliferar algum tipo de desinformação" que vá ao encontro das crenças das pessoas, ajudando a amplificar a mensagem, pois "as redes sociais têm a vantagem de não haver regulador (...) têm um mundo aberto, com a possibilidade de chegar a milhares de pessoas sem filtro".

 

Neste sentido, o académico considera que os meios de verificação de factos focam-se nas figuras políticas, fazendo a sua verificação com base nos debates, acabando por ser muito difícil acompanhar aquilo que se passa nas redes sociais, sendo que as próprias plataformas "têm uma série de algoritmos que acabam por enviesar os discursos, por não permitirem, por exemplo, que a própria verificação de factos chegue a todos".

A professora da Universidade Lusófona e da Universidade Nova de Lisboa Sara Pina também salienta que a desinformação é um problema que não tem fim à vista, sobretudo devido ao papel que as redes sociais desempenham na disseminação de notícias falsas.

Sara Pina destaca o caso do WhatsApp, onde "é ainda mais difícil fazer uma verificação", explicando que "é quase como ter um grupo de pessoas presas dentro de um quarto isolado, onde existe uma pessoa que vem dar informação todos os dias a seu gosto", deixando as pessoas isoladas e sem poderem ser confrontadas com informação diferente da que recebem.

Por sua vez, o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, Nelson Ribeiro, refere que hoje em dia a desinformação circula de forma mais fácil devido às redes sociais que "são uma plataforma que potencia muito essa circulação", sobretudo através da partilha sem verificação das fontes.

O docente explica que "os seres humanos gostam muito de se relacionarem com conteúdos que têm um forte apelo emocional e de entretenimento, e portanto muitos desses conteúdos falsos que circulam 'online' incutem o medo, ou são divertidos", por isso o apelo às emoções das pessoas faz com que estas primeiro partilhem os conteúdos e, eventualmente, só depois pensem sobre qual a fonte da informação.

Além disso, Nelson Ribeiro refere que a inteligência artificial (IA) também veio "potenciar a que a desinformação chegue mais longe".

Recentemente, especialistas do MediaLab do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e a Empresa (ISCTE-IUL) defenderem que o Chega tem sido o amplificador da desinformação em Portugal, aquilo a que os estudiosos chamaram "trompete da desinformação", como aconteceu nas eleições de 2024.

As eleições legislativas decorrem no próximo domingo, 18 de maio, e concorrem 21 forças políticas: AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM, PLS e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.

Leia Também: Académicos dizem que desinformação distingue Chega de outros partidos

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