"Falar hoje de economia digital é incontornável", afirmou hoje Alexandre Fonseca, antigo presidente executivo (CEO) da Altice Portugal no dia da apresentação e tomada de posse do órgão, nas instalações da CIP, em Lisboa.
"A CIP enquanto instituição que tem um papel muito relevante naquilo são as tendências e definição de políticas públicas sobre o desenvolvimento da economia (...) tem aqui também na economia digital um dos seus pilares de desenvolvimento", adiantou o gestor.
E hoje "estamos (...) a dar um arranque da nova etapa desse Conselho Estratégico para a economia digital em que vamos discutir um conjunto de pilares que são decisivos para o desenvolvimento da economia digital e com eles influenciar também, através da CIP e da sua abrangência, aquilo que serão algumas das políticas públicas que podem ajudar a transformação digital" em Portugal.
O Conselho Estratégico tem como objetivo "construir um documento com um conjunto de propostas", as quais serão entregues à direção da CIP e esta, "no âmbito do seu trabalho mais alargado", irá "com certeza analisar as nossas propostas na sua direção e depois fará chegar a quem de direito, obviamente que o Governo é sempre um destinatário deste tipo de propostas", acrescentou Alexandre Fonseca.
"São cinco pilares que vamos trabalhar dentro deste comité e em todos eles praticamente a inteligência artificial (IA) tem impacto: nas infraestruturas porque é altamente exigente do ponto de vista de consumos energéticos e também de 'data centers', na inovação porque é uma tecnologia de ponta, nas competências porque precisamos de ter competências digitais para poder aproveitar" a IA "no seu expoente máximo", no Estado e nas empresas" porque esta tecnologia "vai criar novos desafios e de oportunidades", elencou.
Questionado quando o documento estará pronto, Alexandre Fonseca adiantou que uma primeira abordagem é tentar "fazê-lo no final do verão".
"Estamos em ano de eleições autárquicas e nós entendemos que a economia digital tem não só uma importância estratégica para o país do ponto de vista central", mas tem também "um impacto fundamental" no desenvolvimento das economias locais, pelo que é importante "termos medidas específicas para o poder local", defendeu.
Para Alexandre Fonseca, a IA é "incontornável" e é um dos grandes temas que está a ser discutido entre os três grandes blocos: Europa, Estados Unidos e China.
Neste Conselho, "vamos discutir muito mais que a inteligência artificial", o que inclui os cinco pilares - infraestruturas (conectividade), a inovação e o empreendedorismo, competências digitais, empresas e Estado, acrescentou, defendendo que é preciso que os gestores "tenham literacia digital" para poderem tirar partido das tecnologias, melhorar a eficiência, aumentar a rentabilidade e exportar mais.
"Precisamos de mais empresários que tenham esta audácia e esta ambição de aumentar os seus negócios e a tecnologia é uma alavanca central no que querem fazer", rematou.
Entre os conselheiros que englobam o Conselho Estratégico estão nomes como Adalberto Campos Fernandes (ex-ministro e professor universitário), Isabel Vaz (CEO da Luz Saúde), Fátima Lopes (estilista), Manuel Caldeira Cabral (ex-ministro da Economia, consultor e professor universitário) e Paula Paz Ferreira (advogada e administradora da Media Capital), entre outros.
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