Alterações climáticas prejudicam qualidade e aumentam preço do chocolate

As alterações climáticas fizeram subir as temperaturas para lá do desejável entre os maiores produtores de cacau no mundo, a Costa do Marfim e o Gana, contribuindo para uma significativa subida de preços, alertou hoje uma ONG.

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Lusa
12/02/2025 19:51 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

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Em 2024, a temperatura ultrapassou os 32 graus durante mais de seis semanas em 71% das explorações estudadas, devido ao aquecimento global provocado pelo homem, segundo os investigadores do centro de investigação independente Climate Central, uma Organização Não Governamental (ONG) citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

 

Acima desta temperatura ótima para o crescimento do cacaueiro, o calor perturba a fotossíntese e aumenta o stress hídrico das plantas, provocando perturbações.

As temperaturas superiores a 32°C são "cada vez mais frequentes" nesta região da África Ocidental, que representa 70% da produção mundial de cacau, sobretudo durante a principal época de crescimento, que vai de outubro a março, escrevem os investigadores.

As más colheitas contribuíram para um aumento significativo dos preços desde o final de 2023 nos mercados de Londres e de Nova Iorque, noticiou hoje uma outra ONG, apontando que os preços do cacau atingiram um pico de mais de 12.500 dólares (12 mil euros) por tonelada a 18 de dezembro em Nova Iorque e, no período que antecedeu o Dia dos Namorados, ainda estavam a ser negociados a mais de 10 mil dólares, cerca de 9,6 mil euros.

Antes de começarem a subir em 2023, tinham-se mantido em torno dos 2 a 3 mil dólares, entre 1,9 a 2,8 mil euros, durante mais de dez anos.

Para além do preço, as alterações climáticas estão também na origem de precipitações anormais e de um recrudescimento das pragas, o que compromete a produção e conduz a um aumento sem precedentes dos preços, sublinham os investigadores.

Sem o aquecimento ligado aos gases com efeito de estufa emitidos pelo homem, o número de dias com temperaturas extremas para os cacaueiros da Costa do Marfim, por exemplo, teria sido metade, sublinha-se no relatório.

A Costa do Marfim também recebeu 40% mais chuva do que o normal em julho de 2024, inundando os campos numa altura em que os grãos deviam secar, mas, por outro lado, "choveu pouco ou nada em dezembro", apesar de a chuva ser necessária no início da colheita, acrescentam.

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