Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,50% e o alargado S&P500 perdeu 0,27%, ao passo que o tecnológico Nasdaq fechou perto do equilíbrio, com uma valorização de 0,03%.
A publicação do índice de preços no consumidor (IPC) nos EUA no início da sessão "foi uma surpresa negativa, porque superou todas as estimativas", sublinhou Angelo Kourkafas, da Edward Jones, à AFP.
De janeiro de 2024 a janeiro de 2025, os preços no consumidor aumentaram três por cento (acima dos 2,9% registados em dezembro), com a inflação a acelerar pelo quarto mês consecutivo, segundo o Departamento do Trabalho.
Os analistas esperavam um arrefecimento do ritmo de crescimento da inflação, para 2,8% anuais em janeiro, segundo as opiniões recolhidas pelo MarketWatch.
Antecipavam também um arrefecimento da inflação dita subjacente, que não considera os índices voláteis da alimentação e energia, mas também esta subiu, para os 3,3% em ermos anuais.
"A mensagem é clara: os preços continuam a aumentar, (e) não há razões para que a Reserva Federal seja pressionada a reduzir a taxa" de juro de referência, avançou Angelo Kourkafas.
O papel da instituição monetária é de determinar a taxa de juro de referência a um nível que permita jugular a inflação, ao mesmo tempo que garante o pleno emprego.
Ora, os preços de janeiro são de natureza a confortar a ideia que não deve reduzir rapidamente a taxa de juro, na ausência de sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e do consumo nos EUA.
Os mercados financeiros estimam pouco provável que aconteça uma descida da taxa antes do final do verão, segundo o observatório do grupo CME, FedWatch.
Donald Trump considerou hoje que a taxa da Fed deve baixar para compensar a inflação potencialmente induzida pela subida dos direitos alfandegários que quer impor aos produtos importados pelos EUA.
A sessão foi ainda animada pelos recentes desenvolvimentos em torno da invasão russa da Ucrânia.
Trump e Vladimir Putin concordaram hoje lançar negociações "imediatas" para acabar com a guerra causada pela invasão.
"É um catalisador positivo" para o mercado, porque, mesmo que a paz na Ucrânia "não tenha impacto imediato na economia norte-americana", iria "reduzir a incerteza ambiente", opinou Angelo Kourkafas.
Para mais, o regresso do petróleo e do gás russo ao mercado "pode ajudar a conter a inflação nos EUA", porque uma oferta mais abundante provocaria uma baixa dos preços, segundo este analista.
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