Missão da ONU apoia forças armadas da RDCongo para travar avanço rebelde

A Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco) anunciou hoje que continua a apoiar as forças armadas democrático-congolesas para travar o avanço do grupo rebelde Movimento 23 de março (M23) no leste do país.

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© SEBASTIEN KITSA MUSAYI/AFP via Getty Images

Lusa
24/01/2025 19:22 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

RDCongo

Nas últimas 48 horas, a artilharia pesada da Monusco atacou as posições do M23 na cidade de Sake, a cerca de 20 quilómetros de Goma, capital da província de Kivu do Norte, acrescentou a missão em comunicado.

 

As forças de manutenção da paz reposicionaram as suas forças para reforçar o seu destacamento em Goma e arredores em apoio às forças armadas da Republica Democrática do Congo (RDCongo).

A missão também efetuou patrulhas conjuntas diurnas e noturnas com as Forças Armadas (FARDC) e apoiou o destacamento de artilharia pesada e helicópteros de ataque das tropas democrático-congolesas para destruir o equipamento do M23.

"Esta iniciativa visa garantir a segurança das zonas vitais e proteger os civis do avanço do M23", sublinhou a Monusco, confirmando que as suas Forças de Reação Rápida também têm estado ativamente envolvidas em combates pesados".

Durante os combates de hoje em Sake, cinco "capacetes azuis" ficaram feridos, enquanto quatro sofreram ferimentos ligeiros nos combates do dia anterior, detalha o comunicado.

A missão da ONU instou as duas partes a "retomar rapidamente um diálogo franco para encontrar uma solução sustentável e definitiva para o conflito que causou deslocamentos em massa, necessidades humanitárias e sofrimento humano".

Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "alarmado" com a intensificação das hostilidades e condenou a ofensiva do M23.

Os rebeldes anunciaram hoje que estão a avançar em direção a Goma e instaram a Monusco a "abster-se de intervir" no conflito.

O M23 está a aproximar-se de Goma após uma semana de intensos confrontos contra as forças armadas governamentais e milícias suas aliadas, em que conseguiram avançar posições.

Os combates intensificaram-se nas últimas semanas após a suspensão da cimeira de paz prevista para 15 de dezembro em Angola, na qual deveriam participar os presidentes democrático-congolês e ruandês, Félix Tshisekedi e Paul Kagame, respetivamente.

Embora as autoridades ruandesas neguem a alegada colaboração de Kigali com o M23, este facto foi confirmado pelas Nações Unidas e Kagame manifestou publicamente o seu apoio aos rebeldes.

Por sua vez, o Ruanda e o M23 acusam o exército democrático-congolês de colaborar com o grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), fundado em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados na RDCongo para recuperar o poder político no seu país, colaboração também confirmada pela ONU.

A atividade armada do M23 foi reativada em novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra as forças governamentais na província Kivu Norte e, em março de 2022, o grupo iniciou uma ofensiva com a recorrente captura e perda de localidades.

Desde então, o grupo avançou em várias frentes para se posicionar perto de Goma, a capital de cerca de dois milhões de habitantes, que alberga organizações não-governamentais internacionais e instituições da ONU e que o grupo ocupou durante dez dias em 2012.

Desde 1998, o leste da RDCongo é palco de um conflito alimentado por milícias rebeldes e o exército, apesar da presença da Monusco.

Leia Também: Peritos da ONU saúdam mandado internacional contra líderes talibãs

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