Rebeldes Huthis anunciam libertação de "dezenas de prisioneiros" sábado

Os rebeldes Huthis do Iémen anunciaram hoje a libertação de "dezenas de prisioneiros" de guerra, no sábado, ao abrigo de uma "iniciativa unilateral" após mais de dez anos de guerra civil contra o governo internacionalmente reconhecido do país.

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© MOHAMMED HUWAIS/AFP via Getty Images

Lusa
24/01/2025 19:42 ‧ há 4 horas por Lusa

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"Sob as diretivas do líder da revolução, Abdulmalik al-Huti, e do presidente [do Conselho Político Supremo dos Huthis], Mahdi al-Mashat, iremos implementar uma iniciativa unilateral no sábado, se Deus quiser, na qual libertaremos dezenas de prisioneiros" de guerra, disse Abdulqadir al-Murtada, presidente do Comité Nacional Huthi para os Assuntos dos Prisioneiros, na rede social X.

 

Abdulqadir al-Murtada referiu ainda que serão divulgados mais detalhes sobre a iniciativa no sábado, durante a libertação dos detidos.

Em julho do ano passado, o governo internacionalmente reconhecido do Iémen e os rebeldes Huthis concluíram a nona ronda de conversações sobre uma troca de prisioneiros de guerra em Mascate, capital de Omã, mas sem chegar a um acordo final, de acordo com um responsável dos rebeldes.

As conversações, organizadas pela ONU e pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), terminaram com "a resolução da questão relativa a Mohamed Qahtan", um líder rival dos rebeldes xiitas, mas sem chegar a acordo sobre os restantes prisioneiros.

Na altura, a ONU congratulou-se com os "progressos significativos" realizados por ambas as partes, após terem chegado a um consenso sobre a libertação de Qahtan, detido pelos Huthis desde 2015 e uma figura de destaque do partido Islah, da Irmandade Muçulmana, rival dos rebeldes.

O anúncio da libertação dos prisioneiros de guerra surge no mesmo dia em que a ONU suspendeu o seu destacamento em zonas do Iémen controladas pelos rebeldes Huthis, que detiveram mais pessoal da organização no dia anterior.

As detenções ocorreram depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter assinado uma ordem executiva para reclassificar os rebeldes iemenitas - apoiados pelo Irão - como uma "organização terrorista estrangeira".

Em junho de 2024, os Huthis, que controlam grandes áreas de território e a capital, Sana, detiveram 13 funcionários da ONU, incluindo seis funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, além de 50 colaboradores de organizações não-governamentais (ONG) e um funcionário de uma embaixada.

O movimento Huthi apoderou-se da capital do Iémen em 2014 e, desde então, tem vindo a ocupar grande parte do norte e oeste do país, onde continua a travar uma guerra contra as forças governamentais.

Leia Também: ONU diz que funcionários da organização foram detidos pelos Hutis

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