Bruno Gonçalves, eurodeputado do PS, afirmou à Lusa, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que "hoje não se sabe distinguir a verdade da mentira".
"Se não é aconselhável mentir na vida pública, também não pode ser nas redes sociais. Isto é algo que tem de ser regulado", disse o eurodeputado.
O eurodeputado da Aliança Democrática Sebastião Bugalho realçou que "a disseminação de narrativas alternativas é perigosa e tem um efeito político evidente", mas acrescenta que o Partido Popular Europeu (PPE) e a Comissão Europeia têm medidas, como o Regulamento dos Serviços Digitais (RSD), que visam a proteção contra notícias falsas.
Ana Vasconcelos Martins, eurodeputada da Iniciativa Liberal (IL), salientou, por seu turno, "a responsabilidade que a impressa tradicional tem, através do destaque que dá ao que se passa nas redes sociais".
"Quem quiser mesmo procurar informação credível tem que fazer o exercício de ir ver o que várias fontes estão a dizer", referiu a eurodeputada.
Catarina Martins, do Bloco de Esquerda (BE), mencionou que para combater a desinformação "a União Europeia devia ter uma plataforma e investir mais no digital", refletindo sobre a fragilidade da comunicação.
O eurodeputado do PCP João Oliveira afirmou "todo o tipo de mecanismos de censura ou de controlo de conteúdos não são verdadeiramente mecanismos que permitem resolver o problema", acrescentando que "o ataque a este problema tem que ser feito por via do aprofundamento da democracia".
O eurodeputado do Chega António Tânger Corrêa disse, por sua vez, que "a própria União Europeia, nomeadamente a Comissão, põe bastantes 'fake news' a circular", acrescentado que a confiança das pessoas nas instituições europeias está a esmorecer.
As declarações dos eurodeputados portugueses aconteceram à margem do debate sobre a "Defesa da Integridade Digital da Europa: enfrentar os desafios das redes sociais e a interferência estrangeira", que decorreu no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
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