Justiça para as vítimas da guerra na Ucrânia deve ser "prioridade global"

A Amnistia Internacional defende que, nas negociações sobre o futuro do povo da Ucrânia, deve ser dada "prioridade à justiça para todos os crimes de direito internacional cometidos", três anos após a invasão do país pela Rússia.

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© Eugene Hertnier/Suspilne Ukraine/JSC "UA:PBC"/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
24/02/2025 00:01 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional, declara, em comunicado, no dia em que passam três anos da invasão da Ucrânia pela Rússia, que "o terceiro aniversário da agressão russa é uma recordação gritante do muito que o povo da Ucrânia suportou e perdeu; da devastação que a Rússia provocou contra a Ucrânia".

 

A efeméride surge num contexto em que "o Presidente dos EUA procura reescrever a história da última década e, em particular, dos últimos três anos", nota.

Para a responsável, "quaisquer negociações sobre o futuro do povo da Ucrânia devem dar prioridade à justiça para todos os crimes de direito internacional cometidos desde a intervenção militar da Rússia em 2014, à responsabilização de quem os praticou e à reparação das vítimas da agressão russa".

Neste terceiro aniversário da invasão, a organização não-governamental de defesa de direitos humanos exige "justiça, responsabilização e reparação", bem como uma "participação significativa no processo de paz" para as vítimas deste processo.

"Sem pôr termo imediato a estas violações em curso e sem fortes garantias de justiça, um 'acordo de paz' apressado apenas prolongará o seu sofrimento e assegurará a impunidade dos autores de violações hediondas dos direitos", argumenta Agnès Callamard.

A Amnistia Internacional diz ter documentado "violações generalizadas dos direitos humanos e do direito humanitário na Ucrânia, incluindo atos que constituem crimes de guerra e provavelmente crimes contra a humanidade".

A secretária-geral da organização considera ainda que "um compromisso genuíno do Presidente Trump para garantir uma paz duradoura na Ucrânia deve ser concretizado não em palavras, mas em ações", como o "apoio a todas as vias possíveis para uma verdadeira justiça e responsabilização dos suspeitos de crimes de guerra e de todos os crimes ao abrigo do direito internacional".

Desde há várias semanas que Donald Trump exige o equivalente a 500 mil milhões de dólares (478 mil milhões de euros) em terras raras como compensação, na sua opinião, pelo apoio norte-americano a Kiev face à invasão russa, condições que são inaceitáveis para a Ucrânia nesta fase.

Trump tinha prometido acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa há três anos, mas desde uma conversa telefónica com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em 12 de fevereiro, retomou a retórica do Kremlin sobre a responsabilidade das autoridades ucranianas no conflito e descreveu o Presidente ucraniano como um "ditador sem eleições".

Assinala-se hoje o terceiro aniversário do início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.

Segundo um relatório da ONU divulgado na segunda-feira passada, pelo menos 12.654 civis foram mortos na guerra na Ucrânia desde fevereiro de 2022, 673 deles crianças, enquanto o número de feridos chega a 29.392.

O relatório denuncia ainda ataques "deliberados, repetidos e sistemáticos" contra infraestruturas energéticas, de saúde (790 ataques deste tipo) e educacionais (1.670).

Leia Também: Emissões de gases causadas pela guerra ultrapassam 200 milhões de toneladas

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