Pelo menos 21 civis mortos em bombardeamentos no norte do Sudão do Sul

Pelo menos 21 civis foram mortos em bombardeamentos, domingo à noite, na cidade de Nasir, norte do Sudão do Sul, num momento de escalada de tensões entre o exército e milícias rebeldes no estado do Alto Nilo.

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Lusa
17/03/2025 14:53 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Sudão do Sul

"Domingo, 17 pessoas foram mortas no local após o bombardeamento e outras cinco ficaram feridas. Agora, apenas um ferido está vivo, pois os restantes sucumbiram aos ferimentos", disse à agência de notícias EFE Chul Gatkuoth, um dos comandantes do Exército Branco, a milícia que está a combater as forças governamentais em Nasir desde o início do mês.

 

Segundo o paramilitar, muitas das vítimas mortais foram "queimadas até à morte" nos bombardeamentos de retaliação, que atingiram várias zonas de Nasir, incluindo a pista de aterragem.

O comissário do condado de Nasir, Gatluak Lew Thiep, confirmou à EFE que pelo menos 21 pessoas morreram no ataque aéreo, ao mesmo tempo que denunciou que os bombardeamentos recomeçaram na manhã de hoje na zona, enquanto as autoridades locais "continuam a avaliar" os danos e as vítimas da ação de domingo à noite.

Moradores questionados pela EFE acusaram tanto as Forças de Defesa do Povo do Sudão do Sul como as Forças de Defesa do Povo do Uganda de terem feito o ataque, que, segundo estes, visou zonas residenciais e destruiu casas.

Na semana passada, o chefe do exército ugandês, Muhoozi Kainerugaba, afirmou que tinha enviado tropas para o Sudão do Sul para apoiar o Governo do Presidente, Salva Kiir, contra os grupos armados que operam no norte do país, embora o Governo sul-sudanês tenha posteriormente desmentido o facto.

O bombardeamento seguiu-se a duas semanas de intensos confrontos em Nasir e depois de o ministro da Defesa, o general Chol Thon Balok, ter prometido na sexta-feira retomar a cidade durante o funeral de um comandante do exército morto em 07 de março.

As hostilidades eclodiram em 04 de março, quando o Exército Branco tomou uma base do exército e raptou cerca de 30 militares, desencadeando uma vaga de detenções pelo Governo de Juba contra o círculo de Machar, embora o vice-presidente se dissocie das ações da milícia.

Os apoiantes do Presidente, Salva Kiir, acusaram as forças de Machar de fomentarem a agitação com o Exército Branco, um grupo armado constituído por jovens de etnia Nuer, como o vice-Presidente.

Leia Também: Guerra no Sudão causou maior crise humanitária do mundo

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