"Morte à América, morte a Israel", gritaram os manifestantes reunidos na capital do Iémen, Sana, ao mesmo tempo que decorriam manifestações paralelas por todo o país desde Saadah (norte), um reduto rebelde, a Hodeida (oeste), Dhamar (sudoeste) e em Amran (oeste), segundo o canal Al-Massira, afiliado aos rebeldes Huthis.
A multidão reuniu-se na Praça Sabine, em Sana, junto de grandes bandeiras iemenitas e palestinianas, brandindo armas, cartazes e cópias do Corão.
A Praça Sabine tem sido palco de grandes manifestações desde o início da guerra entre Israel e o movimento extremista palestiniano Hamas, despoletada pelo ataque do grupo palestiniano a 07 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns.
"O Iémen nunca recuará, desafiamos os norte-americanos, desafiamos os sionistas", gritou um homem ao microfone.
Abdel Malek al-Houthi, um dos líderes dos rebeldes, apelou no domingo aos iemenitas para se reunirem "aos milhões" para protestar contra os ataques norte-americanos, que no sábado visaram a capital e outras regiões controladas pelos huthis, matando 53 pessoas e ferindo 98, segundo o movimento xiita.
No sábado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu o "inferno" para os Huthis e pediu ao Irão que deixe de apoiar os rebeldes, que levaram a cabo uma série de ataques ao comércio marítimo na costa do Iémen, em solidariedade com o grupo islamita Hamas na Faixa de Gaza.
Em resposta aos ataques norte-americanos, os rebeldes anunciaram no domingo que haviam levado a cabo dois ataques contra o porta-aviões norte-americano USS Harry S. Truman, no norte do Mar Vermelho.
No Mar Vermelho, o navio norte-americano foi alvo de vários ataques dos rebeldes em retaliação à ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza, enclave palestiniano controlado pelo Hamas, que matou mais de 48.000 pessoas desde outubro de 2023.
Os rebeldes também realizaram vários ataques contra navios ligados a Israel no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma zona marítima vital para o comércio mundial.
Os disparos de 'drones' e mísseis cessaram após a entrada em vigor do acordo de cessar-fogo em Gaza, a 19 de janeiro, mas os rebeldes anunciaram recentemente a sua intenção de retomar os ataques, depois de Israel ter recusado a entrada de ajuda humanitária no território palestiniano.
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