A resolução foi adotada de forma unânime pelos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança e renova por mais um ano a Missão da ONU sem alterar as suas tarefas e prioridades.
A resolução também destaca sobre várias questões que afetam o país, incluindo direitos humanos, particularmente os de mulheres e meninas, as situações económicas e humanitárias no Afeganistão, terrorismo, tráfico de drogas, armamento, deslocados internos e refugiados, e os impactos de desastres naturais.
"Esta adoção demonstra o forte apoio do Conselho à Missão e ao povo no Afeganistão. A resolução renova os firmes compromissos para com a soberania, independência, integridade territorial e unidade nacional do Afeganistão e captura as posições, expectativas e preocupações do Conselho de Segurança em relação aos atuais desafios múltiplos no Afeganistão à luz das circunstâncias envolventes", indicou a China, um dos países que coordenou as negociações em torno da resolução.
"O Afeganistão está agora num estágio crítico na sua reconstrução pacífica. É responsabilidade da comunidade internacional fornecer urgentemente mais apoio em termos de desenvolvimento, assistência humanitária, controlo de narcóticos e luta contra o terrorismo. Há também a necessidade de ter mais envolvimento com o Governo interino afegão para alcançar interações positivas", acrescentou Pequim.
A líder da UNAMA, Roza Otunbayeva, alertou na semana passada que mais de 50% da população afegã - cerca de 23 milhões de pessoas - necessitará de assistência humanitária este ano, apesar da ajuda externa que entra no país estar a "diminuir rapidamente".
Roza Otunbayeva focou-se particularmente na situação das mulheres e meninas no Afeganistão, acusando o regime talibã de tratar as suas obrigações internacionais de "forma seletiva", rejeitando algumas dessas obrigações com base na alegada interferência na soberania do país ou violação das suas tradições.
O último relatório da UNAMA, que foi distribuído ao Conselho de Segurança em 21 de fevereiro, menciona vários decretos recentes do Talibãs, com por exemplo a 'Lei sobre a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício', que foi promulgada em agosto de 2024, e que teve um impacto "desproporcional nas mulheres e restringiu ainda mais a sua liberdade de movimento e acesso a serviços essenciais".
No relatório, a ONU condena a proibição de mulheres e meninas frequentarem institutos médicos, medida que considera "discriminatória e contrária às obrigações internacionais de direitos humanos" e que restringirá ainda mais o acesso à assistência médica no país.
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