"A probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos aumentou significativamente. Isto terá efeitos significativos na economia canadiana, será muito difícil para nós evitá-la", realçou, a partir da costa oeste do Canadá, onde realizou um comício de campanha.
Para Mark Carney, que chefiou o Banco do Canadá e o Banco de Inglaterra, a queda dos mercados bolsistas globais não é uma surpresa.
"Estão a reagir ao que anunciámos, que estas tarifas são fundamentalmente prejudiciais para a economia americana e também para a economia global", acrescentou.
O mundo está a recuperar do anúncio da semana passada de tarifas por vezes exorbitantes contra os parceiros comerciais dos EUA, que fizeram os mercados bolsistas internacionais afundar.
O Presidente dos EUA Donald Trump sublinhou hoje que não planeia suspender a implementação de novas tarifas.
O Canadá, um dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, foi largamente poupado aos últimos anúncios, mas já é alvo há algum tempo de tarifas sobre o aço e o alumínio, bem como sobre os automóveis.
Neste contexto, Mark Carney reiterou que pretende acelerar o investimento no Canadá, eliminando as barreiras comerciais entre as províncias canadianas e facilitando a mobilidade da mão-de-obra.
"Não podemos controlar os Estados Unidos, não podemos controlar as decisões do presidente Trump, mas podemos controlar o que fazemos aqui neste país", vincou.
O primeiro-ministro, que sucedeu a Justin Trudeau no mês passado, convocou eleições parlamentares para 28 de abril, nas quais o seu Partido Liberal deverá agora vencer.
Os liberais estavam atrás nas sondagens no início do ano, mas recuperaram força graças à ofensiva comercial de Donald Trump, com os seus adversários conservadores a serem vistos como mais próximos do presidente norte-americano.
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