Tutti Frutti? "O que senti não desejo a nenhum inimigo político"

Em declarações à Grande Entrevista, da RTP3, esta quarta-feira, Duarte Cordeiro apontou que as "pessoas que foram visadas neste processo não precisavam de esperar oito anos" e disse que sentiu uma "sensação de liberdade" após ser ilibado no processo Tutti Frutti.

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Notícias ao Minuto
12/02/2025 23:52 ‧ há 8 horas por Notícias ao Minuto

Política

Duarte Cordeiro

O antigo ministro do Ambiente e Ação Climática Duarte Cordeiro assumiu que, após ser "visado e envolvido" em "notícias permanentes de especulação", sentiu uma "sensação de liberdade" após ser ilibado no processo Tutti Frutti e reiterou que "o que foi concluído nesta investigação confirmou tudo o que vinha a dizer".

 

Em declarações na Grande Entrevista, da RTP3, esta quarta-feira, Duarte Cordeiro apontou que as "pessoas que foram visadas neste processo não precisavam de esperar oito anos" e indicou que o Ministério Público deveria ter um porta-voz para clarificar notícias falsas.

"Num momento inicial, o Ministério Público decide empregar meios com dimensão num processo de investigação, faz buscas generalizadas e alargadas multiplicando os visados nos processos de investigação. Depois vamos verificar, naquilo que é a acusação, e a taxa de acusação é manifestamente reduzida, e é suficientemente reduzida para não se gerar a especulação e a expectativa que é criada no momento inicial", acusou o antigo vice-presidente da Câmara de Lisboa.

Duarte Cordeiro pediu que seja feita uma reflexão quanto à atuação do MP que disse "não geriu os meios de forma adequada" ao longo do processo e apontou ainda que "o silêncio permite que se crie um clima de suspeição permanente que depois prejudica a imagem do Ministério Público".

Em virtude das investigações, o dirigente socialista sublinhou: "Nunca me demiti de nenhumas funções", mas referiu que "há uma tentativa de tirar legitimidade a quem está a ser investigado".

Apesar de nunca ter sido "constituído arguido", nem nunca ter sido "ouvido em oito anos", revelou que ao longo desse tempo disponibilizou-se "para ser ouvido" e confessou: "O que senti não desejo a nenhum inimigo político".

O ex-ministro criticou ainda a "forma como estas matérias são cobertas" pela comunicação social e espera que esse órgão "hoje reconheça que errou". "Se eu fosse diretor de um canal de comunicação que tivesse durante este período emitido notícias falsas, eu no mínimo fazia uma comunicação no final de um telejornal ou fazia uma nota editorial a dizer que nós também procuraríamos aprender com este processo. Nomeadamente no que diz respeito à avaliação, verificação da notícia com várias fontes, tentativa de confirmação", sugeriu.

Duarte Cordeiro declarou ainda que considera que "a comunicação também não mostra sinal nenhum de aprendizagem relativamente a esta dimensão".

Recorde-se que o Ministério Público deduziu acusação contra 60 arguidos no âmbito do processo Tutti Frutti por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência, mas não acusou nem Duarte Cordeiro, nem o ex-presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina.

A operação investigou desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.

Leia Também: Tutti Frutti. Caso "exacerba populismo" mas "sem democracia seria pior"

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