Estas posições constam de uma mensagem vídeo que Nuno Melo, atual ministro da Defesa, enviou para ser transmitida hoje na sessão de encerramento do congresso dos jovens democratas-cristãos, gravada antes de se saber que Catarina Marinho fora eleita presidente da JP.
Ao contrário do que estava previsto, o presidente do CDS não esteve pessoalmente presente na sessão de encerramento do congresso dos jovens democratas-cristãos, na Costa da Caparica, concelho de Almada, alegando "razões incontornáveis".
Mesmo sem saber quem iria suceder na presidência da JP a Francisco Camacho, o atual ministro da Defesa começou por destacar que esta organização da juventude terá "pela primeira vez na sua história uma liderança no feminino".
"Isso justifica que antecipadamente deixe os meus parabéns pelos caminhos seguidos e toda a sorte à JP, desde logo face aos importantes combates que temos pela frente, começando nas eleições autárquicas. Aqueles que estão na JP terão uma palavra a dizer sobre candidaturas e não apenas em campanha", prometeu.
De acordo com Nuno Melo, a JP atuou sempre com "sentido de missão" e com uma "irreverência" própria de uma organização autónoma, "tendo estado presente em todos os desafios que o CDS teve de disputar".
"A Juventude Centrista (JC), primeiro, e a JP depois, são o testemunho contínuo de uma história que é muito rica -- uma história feita de derrotas e vitórias, de feridas e de medalhas. A longevidade da JP tem assegurado ao longo de 50 anos a continuidade do próprio CDS. São muitos, entre presidentes, autarcas, deputados e governantes, aqueles que saíram da JP, ou antes, da JC", observou.
A seguir, neste contexto, deixou um recado para os jovens do CDS. Para Nuno Melo, só faz sentido uma relação entre a JP e o CDS "se for de interesse recíproco -- e felizmente tem sido sempre".
"Os adversários só podem estar fora, independentemente de discutirmos e das posições tomadas dentro. Se a JP não encontrasse a sua razão existencial no próprio CDS e objetivo de força e crescimento do próprio CDS, perderia qualquer razão de utilidade do ponto de vista relacional", advertiu.
O presidente do CDS considerou que CDS e JP encontraram sempre formas de permanentemente assegurar essa ligação.
Nuno Melo assinalou também que o seu partido teve a maior derrota da sua história nas eleições legislativas de 2022, ato eleitoral que "varreu o CDS da Assembleia da República".
"Voltámos ao parlamento e estamos pela nona vez a integrar um Governo de Portugal. CDS e JP nunca desistiram, sempre se reergueram. Ser da JC, depois da JP e do CDS foi sempre mais difícil do que pertencer a outras organizações de juventude ou partidos. Tivemos de lutar sempre mais do que todos os outros", sustentou.
Num dos conselhos que procurou dar aos jovens do CDS, Nuno Melo defendeu que "a política é um exercício de resistência, não é uma opção para fracos ou para os que desistem quando são confrontados com contrariedades".
"Ao longo da vida política, seremos sempre confrontados com muitas contrariedades", acrescentou.
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