O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, afirmou, este domingo, que não ficou satisfeito com as explicações dadas pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na Assembleia da República, na sequência da polémica que o envolve e que motivou a moção de censura ao Governo - já chumbada - apresentada pelo Chega.
Esta posição foi partilhada pelo líder socialista em declarações aos jornalistas, na Madeira, onde participa na sessão de encerramento do XXII Congresso Regional do PS-Madeira, depois de ter sido interrogado sobre se ficou satisfeito com as explicações dadas por Montenegro na última sexta-feira. "Não, não fiquei eu e julgo que quase ninguém", respondeu.
"O senhor primeiro-ministro decidiu avançar com muitas informações que são irrelevantes para se poder fazer o escrutínio. As informações relevantes, essas, não foram dadas", criticou.
Pedro Nuno Santos insistiu que o chefe do Executivo "não deve dar só" explicações ao Parlamento, mas "tem a obrigação de responder a todas as questões" que tem "sistematicamente evitado responder aos jornalistas".
"Não há democracia que funcione sem uma comunicação social livre, a pode fazer o seu trabalho e a ter as respostas às perguntas que faz. Este é do desafio que também faço ao senhor primeiro-ministro, que responda às perguntas que têm sido feitas pelos diferentes órgãos de comunicação social e que não continue a fugir", declarou.
Recorde-se que o primeiro-ministro esteve no Parlamento na sequência da moção de censura apresentada pelo Chega, intitulada "Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave", com origem na situação da empresa da qual Luís Montenegro foi sócio até junho de 2022 e que agora pertence à mulher e aos filhos de ambos.
A polémica teve origem depois de o Correio da Manhã noticiar que a empresa Spinumviva "poderá beneficiar com a alteração à lei dos solos aprovada pelo Governo" e que, sendo o primeiro-ministro "casado em comunhão de adquiridos com a principal sócia da firma", isso o deixará "numa situação de potencial conflito de interesses".
[Notícia atualizada às 12h58]
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