No único círculo regional concorrem, pela ordem do boletim de voto, a Coligação Democrática Unitária (CDU, que junta PCP e PEV), o Partido Social-Democrata (PPD/PSD), o Livre (L), o Juntos Pelo Povo (JPP), a Nova Direita (ND), o Pessoas-Animais-Natureza (PAN), a coligação Força Madeira - composta pelo Partido Trabalhista Português (PTP), pelo Movimento Partido da Terra (MPT) e pelo Reagir, Incluir, Reciclar (RIR) -, o Partido Socialista (PS), a Iniciativa Liberal (IL), o Partido Popular Monárquico (PPM), o Bloco de Esquerda (BE), o Chega (CH), a Aliança Democrática Nacional (ADN) e o CDS-PP -- Partido Popular (CDS-PP).
Estreiam-se na região a Nova Direita e a coligação Força Madeira. O PPM tinha concorrido pela última vez no arquipélago em 2015, em coligação com o entretanto extinto Partido Democrático do Atlântico (PDA), numa candidatura denominada Plataforma de Cidadãos.
Apesar de algumas mudanças, o número de candidaturas é o mesmo do das regionais anteriores.
A maioria repete os cabeças de lista: Edgar Silva (CDU), Miguel Albuquerque (PSD, presidente do executivo desde 2015), Élvio Sousa (JPP), Paulo Cafôfo (PS), Roberto Almada (BE), Miguel Castro (Chega), Miguel Pita (ADN), José Manuel Rodrigues (CDS-PP), Mónica Freitas (PAN) e Marta Sofia (Livre).
Há ainda outra mulher na lista -- Raquel Coelho (Força Madeira). O PPM concorre com Paulo Brito e a Nova Direita com Paulo Azevedo, enquanto a IL muda o seu cabeça de lista, após eleições internas, indicando Gonçalo Camelo.
Na generalidade, as candidaturas apresentam como número um das listas os responsáveis partidários regionais.
Estas são as terceiras eleições legislativas madeirenses no espaço de um ano e meio. Ocorrem 10 meses após as anteriores, de maio de 2024, num cenário inédito em 49 anos de autonomia, visto que o Governo Regional (o primeiro minoritário mesmo após um acordo parlamentar) foi derrubado com a aprovação de uma moção de censura, em dezembro de 2024, na Assembleia Legislativa.
O Chega entende que ter apresentado a moção evidenciou "coragem" e acredita que a iniciativa vai beneficiar o partido em termos de resultados.
Quanto ao PSD, está apostado em reconquistar a estabilidade para continuar a governar, depois de ter perdido a maioria absoluta. Concorre também com tensões internas porque uma fação liderada pelo militante Manuel António Correia defende o afastamento do líder social-democrata madeirense, Miguel Albuquerque.
O PS, que sempre ocupou o lugar de maior partido da oposição, quer "dar a volta" à situação de instabilidade e assume-se como "a única alternativa" para a presidência, mas o JPP aponta como meta obter 33 mil votos (teve 22.959 no ano passado, sendo a terceira força mais votada) e assume "estar preparado" para governar o arquipélago com um executivo qualificado.
Regressado ao parlamento em 2023 ao eleger uma deputada, o PAN rejeita repetir acordos com o PSD enquanto estiverem por esclarecer os processos judiciais com membros do executivo. Foi, aliás, a constituição de Albuquerque como arguido num processo sobre corrupção que levou o partido -- essencial para a maioria absoluta de então - a retirar-lhe a confiança política, motivando a sua demissão.
Também a IL, com um deputado único, recusa qualquer apoio aos sociais-democratas, mas está disponível para "viabilizar qualquer outro governo, seja de direita ou de esquerda".
Após ter sido parceiro do PSD no penúltimo executivo e de ter celebrado um acordo parlamentar na mais recente legislatura, o CDS diz-se "preparado para conversar com todos" para "devolver o orgulho aos madeirenses" na autonomia, vincando que a Madeira "está farta de eleições".
A CDU, que ficou fora do parlamento nas últimas eleições, diz que quer regressar porque a sua presença no hemiciclo é um "símbolo de dignidade democrática" e o mesmo espera o BE, que conseguiu regressar ao hemiciclo apenas por seis meses, após as eleições de setembro de 2023, e quer continuar a lutar contra "os tubarões instalados à sombra do PSD de quase 50 anos".
O Livre vai a eleições com o objetivo de "promover um caminho de futuro para os madeirenses" e apresentar "uma nova perspetiva" tendo em conta que as pessoas manifestam "descrença nos políticos".
A Nova Direita aponta como objetivo ajudar os madeirenses a "saírem do buraco em que foram encaixados" e diz que as pessoas "estão completamente cansadas deste cenário que não muda fomentado pelo PSD".
Pela Força Madeira, a ex-deputada Raquel Coelho (o PTP teve já um grupo de três deputados) define como meta "derrubar o Governo Regional corrupto de Miguel Albuquerque", e também o PPM pretende "acabar com o caos político" na Madeira, prometendo "inviabilizar com o seu voto qualquer crise". Já o ADN volta a concorrer para "lutar por aquilo que não foi feito", referindo-se às promessas de outros partidos.
Entre os 47 mandatos atribuídos no ano passado, o PSD obteve 19, o PS 11, o JPP nove, o Chega quatro (entretanto, uma deputada tornou-se independente), o CDS-PP dois e a IL e o PAN um cada.
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