"O partido censurante passou a censurado e o Chega demonstrou mais uma vez que não é um partido credível e não é um partido confiável no plano nacional. À direita existe um partido decente, que tem sentido de Estado, um partido diferente que defende os interesses nacionais - esse partido chama-se CDS", afirmou.
O dirigente democrata-cristão, que é líder da bancada parlamentar do CDS-PP na Assembleia da República, falava no encerramento do XI Congresso Regional do CDS-PP/Açores, na Praia da Vitória, na ilha Terceira, que reelegeu Artur Lima como líder regional do partido.
O Chega apresentou uma moção de censura ao Governo PSD/CDS-PP, que foi chumbada, na sexta-feira, na Assembleia da República, com a abstenção do PCP e votos favoráveis do partido proponente e do deputado não inscrito Miguel Arruda (ex-Chega).
Para Paulo Núncio, com o chumbo da moção foram derrotados "o populismo e o radicalismo" em Portugal, mas também "a irresponsabilidade e a imaturidade políticas".
O dirigente disse que, numa altura em que "Portugal está a crescer quase três vezes mais do que a média da zona euro" e que "mudanças bruscas e alianças estranhas assolam o mundo", o Chega tinha "como prioridade derrubar o Governo da Aliança Democrática com base num não-facto, mas o feitiço virou-se contra o feiticeiro".
"O Chega foi o grande perdedor da tarde da passada sexta-feira e não perdeu por poucos, perdeu por muitos. Eu diria, numa linguagem futebolística, que o Chega levou uma abada, a bem da democracia e da liberdade", salientou.
Nos Açores, Paulo Núncio destacou o "papel exemplar" do partido, que "permitiu abrir o ciclo dos governos da Aliança Democrática a nível nacional".
"Não esquecemos que foi nos Açores, em 2020, que este novo ciclo político se abriu em Portugal e que o centro-direita voltou novamente a governar o país", vincou.
Em ano de eleições autárquicas, o vice-presidente do CDS-PP deixou um "apelo à união", para que o partido reforce a sua presença e ajude a retirar o PS da presidência da associação nacional de municípios.
"Como dizia Adelino Amaro da Costa, as autarquias estão para o CDS como os sindicatos estão para os partidos de esquerda e estas eleições autárquicas são absolutamente decisivas para que o CDS possa consolidar a sua posição como quarta força política autárquica em Portugal", sublinhou.
O partido governa atualmente em cerca de 50 autarquias, 40 em coligação com o PSD e seis sozinho, incluindo a Câmara Municipal de Velas, nos Açores, onde Luís Silveira cumpre o último mandato.
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