As declarações foram feitas pela candidata a Belém após ser questionada pelos jornalistas sobre o artigo de Henrique Gouveia e Melo no Expresso - em que o almirante defende que o Presidente não deve estar dependente de interesses partidários - à margem de um debate organizado pela SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) jovem, que decorre na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Mariana Leitão, à semelhança do que fez o candidato Luís Marques Mendes após a participação num debate anterior na mesma convenção, deu as "boas-vindas à corrida presidencial" ao ex-chefe do Estado Maior da Armada, afirmando que o texto de opinião do almirante no Expresso foi um pré-anúncio de candidatura "à boa maneira de Gouveia e Melo": "por escrito, sem direito a perguntas e apenas de uma via".
A líder parlamentar da IL considerou que António José Seguro - colega de painel no debate em que participou esta tarde -, deverá também ser candidato presidencial, com base nas últimas intervenções públicas que fez.
Mariana Leitão abordou a proposta defendida pelo almirante de uma menor ligação do Presidente da República aos partidos, lembrando que o sistema é composto por partidos e acrescentando que dispensa um sistema político onde estes não existem.
"O sistema democrático, é composto por partidos políticos, caso contrário, vivíamos numa anarquia ou vivíamos numa autocracia e, portanto, dispenso vivamente qualquer um desses sistemas. E é importante lembrar que o Presidente da República é o Presidente de todos os portugueses", disse.
Questionada sobre a intenção de Marques Mendes de ver revisto o método de escolha de deputados, Mariana Leitão defendeu a importância da presunção de inocência e sublinhou que há mecanismos legais previstos que levam à revogação do mandato de deputados que estão a ser julgados criminalmente.
"Parece-me que o sistema atual já contempla aquilo que é necessário para não termos pessoas que são julgadas e acusadas e condenadas na Assembleia da República", concluiu.
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