Madeira. CDS-PP quer incentivos que evitem despovoamento da costa norte

A candidatura do CDS-PP às eleições de domingo na Madeira dedicou hoje o dia à costa norte da ilha para alertar para o despovoamento e defender medidas que ajudem a travar este fenómeno.

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Lusa
17/03/2025 13:35 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Eleições

 "A cada 10 anos, o norte da Madeira perde 10% da população e nós temos de travar este despovoamento através de políticas públicas", salientou o cabeça de lista do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, em declarações aos jornalistas, no município de São Vicente.

 

Os centristas tinham previsto deslocar-se hoje ao Porto Santo, mas a viagem acabou por ser cancelada devido ao mau tempo. A candidatura esteve no concelho de São Vicente, mas não foi possível ficar na marginal, como inicialmente previsto, devido ao vento e à chuva que se fazia sentir.

Em declarações junto à igreja de São Vicente, o candidato centrista, atualmente presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, propôs a criação de um regime fiscal próprio para os concelhos de Santana, São Vicente e Porto Moniz, na costa norte, a majoração de fundos comunitários nos apoios às empresas e uma taxa de IRS menor para quem trabalha naqueles municípios.

José Manuel Rodrigues defendeu também políticas públicas "que atraiam a estes concelhos emigrantes destes municípios que foram obrigados a emigrar para o estrangeiro e que podem rejuvenescer a população do norte da Madeira".

A descentralização de serviços públicos que atualmente estão sediados no Funchal foi outra das propostas apresentada pelo CDS-PP, de forma a criar emprego qualificado naquelas zonas e a dinamizar as economias locais.

José Manuel Rodrigues salientou, por outro lado, que "o turismo da Madeira vive sobretudo das paisagens do norte", considerando necessário retê-lo, criando mais riqueza e emprego.

"É necessário fazer uma grande aposta no sentido de sensibilizar os investidores hoteleiros a descentralizar para o norte os seus empreendimentos", apontou o também presidente do CDS-PP/Madeira.

O cabeça de lista admitiu estar "preocupadíssimo" com a abstenção, referindo que as pessoas "estão zangadas com os políticos".

"Eu próprio estou zangado porque o CDS foi o único que teve sentido de responsabilidade e não queria esta crise política e eu temo que isso possa refletir-se no facto de as pessoas se absterem nas eleições", disse.

José Manuel Rodrigues garantiu ainda que está disponível para "saber interpretar o resultado" das eleições de domingo e que falará com todos, mas "só fará acordos que não firam os seus princípios ideológicos".

As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.

Leia Também: Cafôfo apela a concentração de votos no PS para "quebrar o enguiço"

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