Citado pela agência noticiosa francesa AFP, Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil, relatou que várias vítimas mortais, incluindo nove crianças, foram transportadas "com dezenas de feridos [para os hospitais]", após um ataque que "teve como alvo um edifício da UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos) que tem uma clínica" no campo de refugiados de Jabalia.
Questionada pela AFP, a UNRWA indicou não ter confirmação, até ao momento, de um ataque às suas instalações em Jabalia.
Momentos depois, o exército israelita confirmou que tinha atingido combatentes do grupo extremista palestiniano Hamas, que controla o enclave desde 2007, num edifício pertencente à agência da ONU que albergava uma clínica.
O exército "atingiu os terroristas do Hamas na zona de Jabalia [que] estavam escondidos num posto de comando", referiu um comunicado militar.
Questionado posteriormente pela AFP, um porta-voz do exército israelita confirmou que o ataque tinha como alvo um edifício da UNRWA que albergava uma clínica.
Segundo a agência de notícias palestiniana Wafa, o ataque de hoje provocou um incêndio na clínica, queimando os corpos das vítimas, o que dificulta a sua identificação.
Israel lançou dezenas de bombardeamentos contra escolas e clínicas da UNRWA desde o início da sua ofensiva contra a Faixa de Gaza, desencadeada após os ataques realizados em 07 de outubro de 2023 pelo movimento islamita Hamas e outros grupos palestinianos em território israelita, que provocaram 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.
Israel acusa a UNRWA de colaborar com o Hamas e quase 300 trabalhadores da agência já morreram desde o início da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, segundo a ONU.
De acordo com a organização, pelo menos 742 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelitas contra as suas instalações em Gaza, de acordo com números recolhidos até ao final de março.
Mais de 50 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza desde que Israel iniciou a sua ofensiva contra o enclave. Destes, pelo menos mil morreram desde 18 de março, quando Israel retomou os seus ataques contra o enclave palestiniano após quase dois meses de cessar-fogo.
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