Imigrantes quenianas exploradas e vítimas de abuso na Arábia Saudita

A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje, num relatório, a exploração de imigrantes quenianas que trabalham como empregadas domésticas na Arábia Saudita e são exploradas, vítimas de racismo, violência sexual e carecem de proteção laboral.

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© Idrees Abbas/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
13/05/2025 13:11 ‧ há 5 horas por Lusa

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Segundo o relatório "Trancadas dentro, deixadas de fora: as vidas escondidas das trabalhadoras domésticas quenianas na Arábia Saudita", que documenta a experiência de mais de 70 mulheres que trabalharam no país árabe, a AI constatou que estas imigrantes "enfrentaram condições de trabalho extenuantes, abusivas e discriminatórias, que muitas vezes equivalem a trabalho forçado e tráfico de seres humanos".

 

A AI explicou, no documento, que muitas vezes estas mulheres são enganadas pelos recrutados no Quénia sobre a natureza dos seus empregos e quando já se encontram na nação do Médio Oriente são obrigadas a trabalhar "em condições brutais", regularmente mais de 16 horas por dia, com um salário de cerca de 240 dólares (cerca de 216 euros), sendo-lhes negadas folgas, permissão para sair de casa e uma alimentação decente.

"As mulheres também enfrentaram condições de vida terríveis e tratamento desumano, incluindo agressões sexuais, verbais e físicas. Os empregadores confiscavam-lhes normalmente os passaportes e os telemóveis e, por vezes, retêm-lhes o salário", contextualizou a organização.

Segundo a diretora executiva da AI no Quénia, Irungu Houghton, o Governo queniano encoraja ativamente a migração laboral e as autoridades da Arábia Saudita dizem ter introduzido "reformas em matéria de direitos laborais", mas, à porta fechada, "as trabalhadoras domésticas continuam a enfrentar níveis chocantes de racismo, abuso e exploração".

A representante da AI na nação africana pediu às autoridades de ambos os países que oiçam estas mulheres e que lhes seja concedido "urgentemente" os direitos de proteção laboral.

Cerca de quatro milhões de pessoas trabalham como trabalhadores domésticos na Arábia Saudita, todos eles estrangeiros, de acordo com as estatísticas do mercado de trabalho do país, incluindo 150.000 quenianos, contextualizou.

"Devido ao aumento do desemprego no Quénia, as autoridades têm vindo a encorajar os jovens a procurarem emprego nos países do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, que é uma das principais fontes de remessas do Quénia", acrescentou.

Nem as autoridades sauditas nem as autoridades quenianas responderam ao pedido de comentários ou de informações da Amnistia, lamentou a entidade.

Leia Também: Trump já aterrou na Arábia Saudita. É o início da viagem ao Médio Oriente

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