A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, considerou, esta quinta-feira, que o primeiro-ministro "não tem condições de legitimidade" para continuar no cargo" e que avançou com a apresentação de uma moção de confiança para não dar mais esclarecimentos sobre a sua empresa familiar.
"Luís Montenegro escolhe eleições porque não consegue dar garantias, nem ao Parlamento, nem ao país, de que esteve em exclusividade e esconde um conjunto de informações que são relevantes sobre a sua empresa", afirmou, em entrevista à CNN Portugal.
Mariana Mortágua considerou que o primeiro-ministro "não tem condições de legitimidade" para continuar no cargo e que, por isso, o Bloco de Esquerda irá votar contra a moção de confiança.
"A felicidade com que eu vi o primeiro-ministro a anunciar a moção de confiança e as eleições mostra que o primeiro-ministro quer ir a eleições. E não é só porque alguém fotografou um plano do ministro Leitão Amaro", acrescentou, referindo-se ao rascunho do plano de gestão de crise mostrado, alegadamente por engano, pelo ministro da Presidência.
A bloquista acusou o primeiro-ministro de "esconder informação" sobre a empresa da sua família, a Spinumviva, e que é por isso que "não consegue dizer ao país que esteve em exclusividade".
"O primeiro-ministro apresenta a moção de confiança porque não quer responder. É uma saída", acrescentou, frisando que Luís Montenegro "não deu todos os esclarecimentos".
A moção de confiança, intitulada 'Estabilidade efetiva, com sentido de responsabilidade", defende que "o país precisa de clarificação política" perante dúvidas levantadas quanto à vida patrimonial e profissional do primeiro-ministro, sendo "hora de cada um assumir as suas responsabilidades".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na quarta-feira, na abertura da moção de censura apresentada pelo PCP, que o Governo avançará com a proposta de uma moção de confiança ao executivo pelo parlamento, "não tendo ficado claro" que os partidos dão ao executivo condições para continuar.
Montenegro admitiu que "a antecipação de eleições não é desejável", mas será "um mal necessário para evitar a degradação das instituições e a perda da estabilidade política".
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