Empresária italiana detida em Bissau após fogo posto numa mina

A empresária italiana detida pela Guarda Nacional guineense por alegado envolvimento no fogo posto numa mina de exploração das areias pesadas foi transferida, juntamente com mais pessoas, de Ingoré para Bissau, disseram hoje à Lusa fontes judiciais.

Notícia

© iStock

Lusa
22/04/2025 12:40 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Guiné

De acordo com aquelas fontes, a empresária e um grupo de 15 pessoas foram levados desde sexta-feira do quartel militar da vila de Ingoré, para onde tinham sido transferidos após terem sido detidas pela Guarda Nacional na estância balnear de Varela.

 

"As autoridades querem saber se a empresária teve algum envolvimento com o fogo posto nas máquinas da empresa chinesa" que explora as areias pesadas em Varela, acrescentaram as mesmas fontes.

A Guarda Nacional alega ter indicações "de uma reunião" ocorrida recentemente entre as mulheres de Varela na qual, disseram fontes da corporação, a empresária italiana, que é proprietária de um hotel na vila, teria participado.

A ordem de transferência da empresária e outros detidos, na sua maioria mulheres, foi dada pelo ministro do Interior guineense, Botche Candé, que visitou o local do incidente no sábado, acrescentaram as fontes da Guarda Nacional.

A empresária e outros detidos estão detidos na Segunda Esquadra de Bissau. No mesmo local estão também, pelo menos, dois régulos (autoridades tradicionais) um de Nhinquin e outro de um povoado próximo, disseram as mesmas fontes.

Fontes contactadas pela Lusa em Varela, vila guineense a cerca de 170 quilómetros de Bissau, e junto à fronteira com o Senegal, afirmam que a empresária "é alguém que apoia muito as mulheres de Varela" nas suas atividades de produção de alimentos e pequeno comércio.

Na sexta-feira, um grupo de mulheres de Varela ateou fogo às máquinas da empresa chinesa GMG Mininig SARL como protesto pela exploração das areias pesadas na comunidade de Nhinquin.

Desde o início da exploração das areias pesadas naquela comunidade, em meados dos anos 2000, a população, particularmente as mulheres, nunca aceitaram o projeto.

A população acusa primeiro a empresa russa Poto Sarl, que detinha a licença de exploração, e atualmente a empresa chinesa, de incumprimento de promessas de benfeitorias a favor da comunidade, nomeadamente construção de escola, estrada, fontanários e hospital.

As mulheres nunca aceitaram a exploração da mina das areias pesadas em Nhinquin por, alegadamente, se situar numa "zona sagrada" onde fazem os rituais da aldeia.

Estudos do Governo guineense indicam que naquela aldeia existe uma mina de areias pesadas com um potencial de 440 mil toneladas das areias pesadas, das quais, após extração, podem ser aproveitadas o equivalente a 119 mil toneladas de minérios como ilmenite, zircão e rutilo.

Esses minérios são usados nas indústrias metalúrgica e aeronáutica, assim como na indústria nuclear.

Leia Também: Populares detidos na Guiné-Bissau por atearam fogo a mina de areias pesadas

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas