Referindo que o escândalo coloca na agenda "questões que devem ser investigadas pelas autoridades", Herzog defendeu que "não há ditadura" no país e que "não existe um 'Estado profundo'".
Trata-se da resposta, segundo o diário 'Yedioth Aharanoth', às recentes acusações de altos funcionários do governo de que as "elites burocráticas" estão a "obstruir" ações do governo de extrema-direita liderado por Benjamin Netanyahu.
"Uma grande maioria é a favor da obediência à lei e às decisões do sistema judicial", afirmou Herzog, depois de vários ministros israelitas terem defendido o desrespeito pelos veredictos do Supremo Tribunal, se isso significar a reintegração do chefe dos serviços secretos internos (Shin Bet), Ronen Bar, recentemente demitido.
A mesma fonte manifestou confiança nas forças de segurança e nas autoridades, sublinhando que estas questões, bem como o "Qatargate", são "de importância vital para a segurança de Israel".
Da oposição, o líder da Unidade Nacional, Benny Gantz, acusou Netanyahu de "perder de vista os limites" e de aplicar todas as medidas ao seu alcance "para se manter no governo" a todo o custo.
Yair Lapid, do Yesh Atid , reafirmou a necessidade de "enfrentar o terrorismo judaico" na Cisjordânia e acusou o primeiro-ministro de querer fazer do Shin Bet parte da sua "segurança pessoal" em vez de uma agência que "luta contra o terrorismo para salvar vidas".
No passado dia 04, um tribunal israelita ordenou a prisão domiciliária de dois conselheiros de Netanyahu por suspeita de terem recebido dinheiro para promover uma imagem positiva do Estado árabe do Golfo em Israel quando trabalhavam para o gabinete do primeiro-ministro.
Após a detenção dos dois suspeitos, Netanyahu foi chamado a depor perante a polícia israelita, o que fez durante cerca de duas horas.
No final, afirmou num vídeo tratar-se de uma investigação "puramente política".
O chamado caso "Qatargate", revelado em parte pelo jornal israelita Haaretz, investiga alegados pagamentos do Qatar, entre maio de 2002 e outubro de 2024, a conselheiros de Netanyahu para melhorar a imagem do país árabe em Israel.
O Qatar, um país que muitos consideram ser um patrono do grupo radical palestiniano Hamas, não tem laços diplomáticos formais com Israel.
O Qatar, que é um mediador-chave para o Hamas nas negociações de cessar-fogo com Israel, nega apoiar o grupo palestiniano, que está em guerra com Israel, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).
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