O tenente-general Eyal Zamir "deu instruções para uma investigação mais minuciosa e completa nos próximos dias", afirmou, em comunicado, o exército israelita.
"A investigação preliminar revelou que as tropas abriram fogo devido à perceção de uma ameaça", indicou o comunicado, garantindo que "todas as alegações relativas a este incidente serão examinadas durante a investigação e apresentadas de forma detalhada e completa para decidir como lidar com este evento".
Segundo o Crescente Vermelho Palestiniano, os socorristas e trabalhadores humanitários foram atingidos por fogo israelita, "com a intenção de matar".
A ONU e o Crescente Vermelho indicaram que foram mortos oito membros do Crescente Vermelho Palestiniano, seis da organização de ajuda humanitária da Defesa Civil de Gaza e um funcionário da agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA).
O exército israelita justificou que "entre os mortos no incidente, foram identificados seis terroristas do Hamas".
O caso gerou protestos internacionais.
O presidente do Crescente Vermelho Palestiniano, Younis al-Khatib, apelou à comunidade internacional para formar uma "comissão internacional independente e imparcial de inquérito sobre as circunstâncias do assassinato deliberado de tripulações de ambulâncias na Faixa de Gaza".
O Governo alemão também pediu hoje uma investigação "urgente" sobre a morte dos socorristas e trabalhadores humanitários.
"Se olharmos para o vídeo do fim de semana (...), é realmente terrível e as acusações chocantes devem ser esclarecidas com urgência", afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, numa conferência de imprensa em Berlim.
"Há questões muito importantes sobre a ação do exército israelita", afirmou o porta-voz, Christian Wagner, quando questionado sobre o vídeo divulgado no sábado pelo Crescente Vermelho Palestiniano.
"É por isso que é urgente investigar e responsabilizar os autores", acrescentou.
Israel tem acusado o grupo islamita palestiniano Hamas de esconder combatentes em ambulâncias e veículos de emergência, para justificar os ataques contra essas viaturas, mas o pessoal médico rejeita essa acusação.
Os ataques israelitas na Faixa de Gaza já causaram a morte a mais de 150 socorristas do Crescente Vermelho e da Proteção Civil e a um milhar de profissionais de saúde, a maioria dos quais quando estavam em serviço.
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