Numa declaração conjunta, 15 relatores de direitos humanos da ONU e outros especialistas sublinharam que, desde que Israel pôs fim ao cessar-fogo a 18 de março, os bombardeamentos em Gaza voltaram com maior agressividade e "milhares de civis foram mortos, enquanto novas ordens de evacuação estão a ser emitidas e jornalistas e profissionais de saúde estão novamente a ser alvo".
Os peritos recordaram que, mesmo antes da rutura do cessar-fogo, desde 02 de março, Israel tem bloqueado a entrada em Gaza de fornecimentos e de ajuda humanitária, incluindo combustível, equipamento médico e outros bens essenciais.
"Estamos a assistir à destruição da vida na Palestina. Aqueles que não forem mortos por bombas ou balas morrerão lentamente por falta de meios de sobrevivência", afirmaram os signatários, que não são funcionários da ONU e trabalham de forma independente.
Entre eles estão a relatora da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinianos, Francesca Albanese, e os seus homólogos para a saúde, Tlaleng Mofokeng, o direito à alimentação, Michael Fakhri, e a liberdade de reunião e associação, Gina Romero.
As autoridades de Gaza elevaram para mais de 50.700 o número de palestinianos mortos na guerra que Israel trava no enclave palestiniano contra o Hamas, iniciada horas depois do ataque de dimensões sem precedentes cometido pelo grupo extremista palestiniano em território israelita a 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 sequestrados.
Cerca de 1.400 mortes ocorreram desde 18 de março, quando o Exército israelita quebrou o cessar-fogo alcançado em janeiro com o Hamas e retomou os bombardeamentos e a ofensiva terrestre.
Leia Também: Países Baixos vão reforçar controlo de exportações de equipamento para Israel