O gabinete de segurança de Israel aprovou a medida no domingo, tendo o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou que a medida permite "o registo de territórios na Judeia e Samaria", o nome bíblico utilizado pelas autoridades de Telavive para se referirem à Cisjordânia.
A área em causa é identificada como Zona C e é o maior dos três setores administrativos em que a Cisjordânia foi dividida na sequência dos acordos temporários de Oslo, nunca aplicados.
Esta zona é administrada por Israel, enquanto a Zona B ficaria sob controlo administrativo da Autoridade Palestiniana e controlo militar israelita. A Zona A é administrada exclusivamente pela Autoridade Palestiniana.
Katz afirmou que a medida "conduzirá ao reforço, consolidação e expansão" dos colonatos judaicos na Cisjordânia, o que o Governo palestiniano descreveu como uma ameaça à solução de dois Estados e "uma extensão da guerra de genocídio e deslocação" contra os palestinianos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano advertiu que "o fracasso da implementação das resoluções da ONU sobre o problema palestiniano" está a fazer com que "a ocupação persista nos seus crimes e violações, com o objetivo de liquidar a causa palestiniana", de acordo com um comunicado publicado na rede social X.
Por isso, apelou à comunidade internacional para que "enfrente estas resoluções [aprovadas também pelas autoridades israelitas] com a maior seriedade, considerando-as intrinsecamente racistas" e uma ameaça à solução de dois Estados, que prevê a criação de uma Nação palestiniana nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital.
Na mesma linha, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Sufian al-Qudah, também criticou a decisão de Israel, afirmando que se trata de "uma violação flagrante do direito internacional" e "uma continuação dos esforços para impor a soberania israelita sobre o território palestiniano ocupado".
A Jordânia argumentou que a medida "contradiz a legitimidade internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, em particular a resolução 2334, que condena todas as medidas israelitas destinadas a alterar a composição demográfica, o caráter e o estatuto do território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental".
O porta-voz da diplomacia jordana sublinhou também que o direito internacional considera que todas as atividades de colonização nos Territórios Palestinianos Ocupados "são ilegais".
Paralelamente, Al-Qudah sublinhou que Israel "não tem soberania sobre os Territórios Palestinianos Ocupados".
A Jordânia apelou, por isso, à comunidade internacional para que "assuma as responsabilidades legais e morais" e "obrigue Israel a cessar imediatamente a agressão contra Gaza e a perigosa escalada na Cisjordânia", bem como a "apoiar o direito legítimo do povo palestiniano" a estabelecer um Estado independente.
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